Ansiedade e Depressão
Os termos ansiedade e depressão são termos utilizados para uma infinidade de situações comportamentais e assim são banalizados. Ao empregar esses termos cotidianamente para justificar algum tipo de estado emocional, muitas vezes ignoramos os sintomas por achar que vai passar, que é só um momento prejudicando o tratamento. Os transtornos de ansiedade e depressão, com suas complexidades e impacto profundo na vida dos indivíduos, exigem abordagens terapêuticas que vão além do tratamento dos sintomas.
A psicoterapia sistêmica busca reconhecer a pessoa dentro de um contexto de relações interconectadas, oferece uma abordagem abrangente e eficaz no tratamento da ansiedade e depressão. Essa abordagem proporciona um olhar detalhado sobre as etapas práticas da psicoterapia sistêmica na gestão desses transtornos. Para compreende-los através do olhar sistêmico é preciso compreender que não é apenas uma experiência individual, mas também um fenômeno que é influenciado e mantido por dinâmicas de relacionamento e padrões de comunicação familiar e ambiental. Pensando sistemicamente há uma necessidade de buscar entender como essas dinâmicas contribuem para orientar o paciente quando estão com desses transtornos, focando na rede de relações do indivíduo, incluindo a família, o trabalho e o círculo social.
Enquanto o ansioso erroneamente quer estar no controle para que consiga impedir de uma dor preexistente aconteça novamente o depressivo não consegue esquecer o passado e permanece remoendo buscando respostas que mesmo que venham, não serão justificados por ele. Por isso o ansioso está sempre vivendo no futuro. Estar no presente é angustiante e o depressivo no passado por não querer esquecer ou aceitar. Como se tivesse correndo do passado para não o enfrentar pelo medo excessivo de que alguma dor volte a acontecer. Não temos o controle da vida, só temos o agora, assim temos que aprender a viver o agora.
É muito importante tomar o cuidado de não reduzir a ansiedade a estes sintomas, pois o quadro que desencadeia essa disposição emocional é bastante complexo e envolve uma série de aspectos que se ligam à história individual de cada um. Em razão dos novos comportamentos, a era digital, a globalização, guerras e outras incertezas pela qual estamos passando, os níveis de ansiedade vêm subindo drasticamente. Acredito que dentre esses acontecimentos o que mais tem levado a ansiedade são as redes sociais mal usadas.
A psicoterapia sistêmica vai mapear o sistema relacional primeiramente identificando arquétipos de comportamentos e comunicação dentro dos sistemas onde o paciente frequenta que podem estar contribuindo para o aparecimento da ansiedade. Poderá usar como ferramenta o genograma familiar que tem como objetivo identificar padrões de ansiedade e comportamento ao longo das gerações.
Identificando os modelos de comportamentos familiares segue para a próxima etapa que é reconhecimento e reavaliação de crenças. Inicialmente é necessário explorar crenças básicas e ir aprofundando no sentido ou como foram aprendidas para que as crenças limitantes relacionadas à autoimagem, expectativas e papéis dentro do sistema familiar e social venham à tona. Ao identificar o profissional vai desafiar o paciente perante as crenças utilizando de técnicas para questionar e reavaliar essas crenças que perpetuam a ansiedade dentro do sistema.
O próximo passo será desenvolver novas estratégias de comunicação orientando com técnicas eficazes de comunicação para facilitar expressões claras das necessidades, desejos e limites. O role-play é uma técnica bem difundida por ter como objetivo trazer à tona pensamentos automáticos, desenvolver a aprendizagem e a prática de habilidades sociais, trabalhar respostas adaptativas e reestruturar crenças intermediárias e centrais de modo seguro, em ambiente seguro para reforçar mudanças positivas no comportamento e na comunicação ambiental.
A seguir é preciso fortalecer o sistema oferecendo ao paciente a possibilidade de uma intervenção familiar com sessões conjuntas com membros da família para trabalhar a dinâmica familiar, promover a compreensão mútua e melhorar o apoio sistêmico e ainda, incluir se necessário a rede de apoio para encorajamento do desenvolvimento e utilização dessa rede de apoio social fora da família, incluindo amigos, grupos de apoio e comunidades online se for necessário e se o paciente aprovar.
Não temos previsão da evolução do tratamento porque cada sujeito tem o seu tempo para a transformação necessária de suas crenças e limites. A última etapa de ciclo será promover a autonomia e a resiliência do sujeito. Uma boa forma é desenvolver as habilidades adaptativas para gerenciar o transtorno de maneira eficaz. As estratégias de enfrentamento, são ações cognitivas e comportamentais que uma pessoa adota para lidar com situações de estresse, ameaça ou desafio.
São conhecidas como estratégias de coping que foram classificadas em oito categorias, significa que as pessoas usam diferentes estratégias para gerenciar o estresse são elas: confronto, afastamento, autocontrole, suporte social, aceitação, fuga-esquiva, resolução do problema e reavaliação positiva.
A contra partida que a psicoterapia sistêmica nesse caso oferece é estabelecer junto ao paciente metas futuras e planos de ação para promover a continuidade do crescimento pessoal e a redução da ansiedade e da depressão. Outras vantagens oferecidas pela sistêmica é o aumento da autoconsciência, a melhoria da saúde e bem-estar geral, e o fortalecimento de relações saudáveis. Esta abordagem não só trata a ansiedade e depressão, mas também promove um ambiente de suporte e compreensão mútua que é essencial para a saúde mental duradoura. Geralmente os médicos indicam a TCC- Teoria cognitiva comportamental por não aprofundarem na metodologia da Psicologia Sistêmica. Essa teoria focar nas relações e dinâmicas que sustentam a doença, permitindo não apenas a alívio dos sintomas, mas também a promoção de mudanças duradouras no indivíduo e em seus sistemas de relacionamento.
FILMES:
1.Por Lugares Incríveis
2.Boa Sorte
3.Hora de Voltar:
LIVROS:
. Não Acredite em Tudo Que Você Sente - Livro por Robert L. Leahy.
. Estresse, ansiedade e depressão: Como prevenir e tratar através da nutrição - Livro por Dra. Gisela Savioli.
SINTOMAS MAIS FREQUENTES:
Ansiedade
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Sensação repentina de medo
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Coração acelerado
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Aperto no peito e garganta
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Suor
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Tremor
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Mãos frias
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Dores no estômago
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Fraqueza
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Respiração descompensada
Depressão
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Irritabilidade, ansiedade e angústia
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Desânimo, cansaço fácil
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Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer
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Desinteresse, falta de motivação e apatia
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Alterações no sono
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Dificuldade de concentração
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Crises de choro
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Falta de apetite